tag:blogger.com,1999:blog-73461629846232901682024-03-19T11:06:23.563+00:00JANUELLARIUMporfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.comBlogger53125tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-62769550164606618722009-10-09T22:50:00.003+01:002009-10-09T23:30:58.840+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSRPMuVOjplTBT4ICn0WH0JU1XLmCn81Mw1yW3aKOxW1eVYufdKcJ8hW113umarwTMWMeG_Zso6HUT4z6vCe3NDFOVCROSGk54UZJ6OP2w0aqgELwv085s7VSoSflHEG2sCJNuiRKl1NI/s1600-h/Pierre+Soulages+(1955).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5390730698342392498" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 299px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSRPMuVOjplTBT4ICn0WH0JU1XLmCn81Mw1yW3aKOxW1eVYufdKcJ8hW113umarwTMWMeG_Zso6HUT4z6vCe3NDFOVCROSGk54UZJ6OP2w0aqgELwv085s7VSoSflHEG2sCJNuiRKl1NI/s400/Pierre+Soulages+(1955).jpg" border="0" /></a> <strong><span style="font-size:78%;color:#336666;">Pierre Soulages (1955)</span></strong><br /><div></div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjJ27LB8bEs4WwsEqfOs__Rv33ow4hwoB6WvbvkCCZ7SzJCr9ECeSMjx_wcBeFfk9zpGSHhzl8q1I-WySEJ5mvxqiNU5wVqLzZSyqW39PvcdCPbzFYN2nMB8JcKxwz5EuwLosoLVpCDd0/s1600-h/asa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5390730063675780946" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 258px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjJ27LB8bEs4WwsEqfOs__Rv33ow4hwoB6WvbvkCCZ7SzJCr9ECeSMjx_wcBeFfk9zpGSHhzl8q1I-WySEJ5mvxqiNU5wVqLzZSyqW39PvcdCPbzFYN2nMB8JcKxwz5EuwLosoLVpCDd0/s400/asa.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div></div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-65317112925863496632009-09-21T23:43:00.004+01:002009-09-21T23:56:12.521+01:00<div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384055187459463042" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiipJf64wN-ocFYv2wVgFiVer7ewoBJKOqF7Jnb5T6eBBnoS33e5V6_iNd9FwJWfBqAh9UxvKhE61PIAcv1oT6l7O1KOvP37eSfBAdSDiSfvyd2m56SDNeTYftY6Ik73fYByvBnLFgiuhQ/s400/OLHO_2.jpg" border="0" />«Agora é um Ultra-Mar que ultrapassa...<br />... Os limites... do êxtase...<br />O sal, o som, o gemido, o sabor<br />O gosto do inocente, a loucura do demente...<br />... Que sente...<br />... E pensa... Palavras inocentes de pureza infernal<br />... Que ecoam pelas entranhas...<br />... Da Pátria-Mar...»</div><div align="right">André Martins, <a href="http://palavrasdofundodopoco.blogspot.com/">aqui</a></div><div align="right"></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-38297801646654783182009-07-06T23:34:00.001+01:002009-07-06T23:51:13.137+01:00<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/UE1t1aM0tug&hl=pt-br&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/UE1t1aM0tug&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-39757840828471013622009-06-22T00:13:00.010+01:002009-06-22T02:32:56.824+01:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH3D6nhMQV2_tVOhYhugBoFpdNRwpI9WrYaREjiDOIVCpxvm_8ltSNXty3NnRdP394BTi7Nkv_Qjq6W15Adaps3aZdAMeozsJZFXkZufCC-6xEMoZ-8gcvTzhrtUjLHtRsvvcYE9h5d9k/s1600-h/John+Paul+Caponigro.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349923309877339986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 380px; CURSOR: hand; HEIGHT: 313px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH3D6nhMQV2_tVOhYhugBoFpdNRwpI9WrYaREjiDOIVCpxvm_8ltSNXty3NnRdP394BTi7Nkv_Qjq6W15Adaps3aZdAMeozsJZFXkZufCC-6xEMoZ-8gcvTzhrtUjLHtRsvvcYE9h5d9k/s400/John+Paul+Caponigro.jpg" border="0" /></a><strong><span style="color:#330033;"> <span style="font-size:78%;">John Paul Caponigro</span></span></strong></div><br /><br /><div align="justify">Aturdida perante o que o mundo lhe oferece. Um fervilhar intenso que ela amansa na espera. Revê a geografia dos órgãos mais uma vez. Os olhos ficam-lhe presos ao doce entardecer do dia. Embora tenha interiorizado essa sensação de doçura como nítida perfídia, não lhe dispensa o encanto enredado. Despede-se da última flamância violenta do dia. Ela respira como manso pardal nocturno. À espreita. Ama a noite como ama cada subterfúgio do seu corpo. Consegue perscrutar na pele o bafejar das estrelas. Pressente no escuro a enorme estrada acendida no que lhe é mais íntimo. Concebe uma irmandade de corpos celestes. O céu estrelado – aparentemente arrítmico – surge-lhe como partitura magistral a requerer um debruçar sensível. Mãos frágeis mas agilmente meticulosas no artifício da leitura. Láctea. Leitura do espaço para dentro de si pelos sentidos expandidos. <blockquote></blockquote>A janela aberta ao luar – boca do quarto – por onde respira o pensamento. Um patamar onde ela orquestra os ruídos mais elementares que se atracam no ouvido. Ritmos. A música. O canto hipnótico dos grilos, quase religioso; o romântico soluçar do cuco. Bebe os sons. Sofregamente. Última água para longa, muito longa, travessia do deserto. Dança descalça esmerando exactidão nos movimentos. Balança o corpo como que embebedada de melodia. Luz. A mais pura luz. Vinda de dentro, do estremecimento dos ossos, das cartilagens. O exercício da alegria. A sós com tudo o que a rodeia. <blockquote></blockquote>Inebriada corre até à fruteira da cozinha. Fome do que não é de carne. Namora toda a fruta e descobre, por baixo dos pêssegos e das bananas, uma maçã vermelha tão solitária quanto ela. Indaga-lhe os pequenos defeitos. Autopsia-lhe o luzir estrangeiro que verdadeiramente a seduz. Revê-se na maçã. Compreende-a. Acaricia-a como se tocasse nela própria. Cresce subitamente a vontade de aconchegá-la junto aos lábios. Varre-lhe a superfície com a boca fechada. A maçã viaja no sorriso de um canto ao outro. E estranha não desejar trincá-la, ou mordê-la ao de leve, apaixonadamente. Os dedos lavam-se na frescura da casca e ela ganha novo fulgor. Devolve a maçã à fruteira consagrando-a rainha. Contempla-a cumplicemente à distância. Renasce o gáudio sabendo restituída à maçã a sua legítima imagem. Porém, no mais fundo de si, percebe que algo mudou. Volta as costas à fruteira e pressente que a túrgida maçã a observa, irremediavelmente fecundada. <blockquote></blockquote>Sair à rua. Contagiar mais além. Boceja ao dar-se conta da tamanha felicidade que a invadiu e quer emprestá-la enquanto luz. Caminha pelas ruas da povoação beijando a noite nas esquinas. O vestido brilha. Os dedos saboreiam a bainha. Caminha ao ritmo do que ainda lateja vigorosamente no corpo. <blockquote></blockquote>Diante do rio. Despe-se como se vestindo pura. Assim se manifesta completa sua alma bivalve. Entra no rio com uma serenidade que ilumina as margens. Mergulha a cabeça e ascende à superfície como que cumprimentando a vida aquática. Depois nada pressurosa e em dual movimento reacende ondas que lhe são familiares. O seu território. Apazigua-se num recanto junto aos salgueiros. É a água negra da noite a sua maior confidente. Os pés são grandes raízes. Balança os braços, ramos brancos submersos. A água iluminada ao seu redor, farol de algas e peixes deixados à solta. Uma solidão salutar brindada com breves relâmpagos de harmonia por todo o ecossistema. Uma rocha a meia profundidade – um púlpito no tórax do rio. Que sabe ela do coração? Antiga num sentir que jura ainda não dominar, nutrido pela desprendida osmose. O que vê é tudo universo.</div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-26208770947102205162009-06-14T01:58:00.006+01:002009-06-14T14:06:32.290+01:00<div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5346991577677598674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 389px; CURSOR: hand; HEIGHT: 382px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6gGl2Bf-FdzDs-w4QxtpmMiA6YvzMelocVj1szDIv9YbZMXYnrp63ab76bvDmJrZGYHitXOiMnGdKFMZmAefLQXZZS3DtP_eNo5i2cNr-yOj_zu_4t4gReWhpPL3h7gSQ2ByO_A8OuyM/s400/Fernando+Lemos.jpg" border="0" /><span style="color:#330033;"><span style="font-size:78%;">Fernando Lemos [Eu, 1950]<br /></span><blockquote></blockquote></span><br /><br /><div align="justify">Manhã. Sempre uma manhã. Direito ao reflexo do mais longínquo abutre. O cordão umbilical assombra-se na linguagem. Hipotético estômago do abutre. Ele ri. Vive. Não escuta ainda o ruído das páginas que lerá. Nem precisa. Nunca precisará. Pelo menos até ao mínimo clarão onde lhe há-de surgir o mistério do tempo. Nada em branco, infelizmente. Pensa ele. Confuso. Os olhos procuram janelas. Os outros. Um abismo retorcido. A sujidade das unhas. E a ácida amplitude do cérebro na cabeça. A controversa superioridade sobre o que designa de animal. Respira. Vive. Dorme. Acorda sem querer acordar. Planeia fingir querer acordar. O dia brindado com amnésia uterina irá convencê-lo num despertar inequívoco. Na noite que antecederá esse dia enumerará sonâmbulo as mais indecifráveis razões. Desconhecidas, a olho nu. De súbito o conforto. Uma estante cheia de livros. A boca lânguida a atear papel na fogueira da teatralidade. Cruel. De resto há muito que aprendeu a brincar. Consigo e com os outros. Fora deles para dentro de si. De si para dentro dos outros. Foi aprendendo a esperar. Assim se adensa, febrilmente, o mapa da sua concepção do tempo. <blockquote></blockquote>Beberrica o café no terraço. Sabe-lhe a naufrágios de personalidade. Acrescenta-lhe mais açúcar. Uma espécie de anestesia. As papilas viciam-se. Revê-se no filão de mármore. Delapida o semblante. Defronte à vegetação. O coração da clorofila. Hera a esbofeteá-lo. A rampa dada pela rocha escavada. A consciência da mão humana. O muro hirto que dela se levanta. Cerebralmente oblíquo. Memórias sumarentas de frutos silvestres. Cortes precisos. A mestria dos dentes incisivos. E crê sufragar a dor do ser vegetal, erva ou fruto, permitindo à gata o livre arbítrio de ferrar com fundura as suas garras no braço tenro. O equilíbrio. Bem arrumadas as dimensões paralelas. O câmbio justo da natureza sem adendas à moral. <blockquote></blockquote>Ânsia. Ânsia plena. Vontade de partir. Ele quer transpor-se. Superlativamente. Trespassar repetidamente o espaço físico até à aresta indivisível. Quer experimentar todas as cores da metafísica mordendo vagarosamente o círculo inato da viagem. Transpor-se massajando as têmporas da imagem a si devolvida que de velha e opaca lhe é no espírito renovada. Questiona-se. Imuniza-se gradualmente. Busca maior resistência ao veneno da memória. <blockquote></blockquote>A hesitação dum solavanco pulmonar. O que os olhos mastigam de agreste na serra. Reencontrar-se? Não. Matar inquietações? Tão pouco. Procurar a imobilidade. Aprender com as fragas. A lisura do silêncio. Ele mantém-se frívolo. Desenrola a magia das pequenas coisas. Procura a força da água na imagem acorrentada. Uma dissecção dos músculos da água. A torrente. O branco efervescente que entusiasma o cérebro. Vê-se traído num fundo macroscópico e simples. Sente um exasperante desejo de água gelada da montanha. Transmuta-se. Indomável. Olha. Uma paisagem onde deixar o espírito. Selvagem. A preguiça dos dedos. A língua presa. Inteiramente imóvel por um instante. Alguns pingos de chuva desvirtualizam-lhe o rosto. E no regresso tudo se dissolve. </div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-8331939574598749052009-06-06T16:05:00.006+01:002009-06-06T16:23:03.293+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx6ib_YO4fTJpetvCJ-wl5YqvLMytKp_Y71JUmRPrCGiSCyADMxEDy1nbjMyTlr9HLPjapkovnuC_r-dp-nCDMGtoJAEY3V84k5UcUQBQyBFsTwvKA9ZWRBQaC9v7HjoL1yutVmAN6Mg4/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344234794551371026" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx6ib_YO4fTJpetvCJ-wl5YqvLMytKp_Y71JUmRPrCGiSCyADMxEDy1nbjMyTlr9HLPjapkovnuC_r-dp-nCDMGtoJAEY3V84k5UcUQBQyBFsTwvKA9ZWRBQaC9v7HjoL1yutVmAN6Mg4/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8OzDyai5VraJN81X1JlIdm4waSb04G2_a5j74DBwLXyrY_PqoSHmXOYeek3QP8ZWi5ph4DmENtoA3wqcBLqa1Ch_egVzPcKgCIfmoHH6XqCEByaUHO3SzkIGONlWHI93hwGKpoaWLRWM/s1600-h/digitalizar0002.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344234158591469682" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 369px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8OzDyai5VraJN81X1JlIdm4waSb04G2_a5j74DBwLXyrY_PqoSHmXOYeek3QP8ZWi5ph4DmENtoA3wqcBLqa1Ch_egVzPcKgCIfmoHH6XqCEByaUHO3SzkIGONlWHI93hwGKpoaWLRWM/s400/digitalizar0002.jpg" border="0" /></a>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-70645573596582037242009-05-23T18:36:00.017+01:002009-06-14T14:39:14.944+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtDnI_5ZCcmZqGBfSZ0D_hdr_A-ts-Vlj2bNHtvbzmqQMTfAxA6NTnFKKY9lplLglxw5FQPaRP443xcHvjhsQ62g38aj4jtbzaJEZO150Q-IKZ6UOKvjfDezXz2IuJZ5ZfTH5wWVeVQ74/s1600-h/jean+arp.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347174560397327330" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 311px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtDnI_5ZCcmZqGBfSZ0D_hdr_A-ts-Vlj2bNHtvbzmqQMTfAxA6NTnFKKY9lplLglxw5FQPaRP443xcHvjhsQ62g38aj4jtbzaJEZO150Q-IKZ6UOKvjfDezXz2IuJZ5ZfTH5wWVeVQ74/s400/jean+arp.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"></span></div><div align="center"></div><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl7u8gm7B93M7Ck2Ru-V86DcSot-m6W2gCPlTJZp6_igE5AwtGsjpU-p6xY6elutk4X1i7cE1V7EasUFx6u00gO0WFZu6gxDtpZmWxXl6Hp_RdEXMdPj4_l3KDa7EmnI1C6GIEE-nw5jo/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347174305040521554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 298px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl7u8gm7B93M7Ck2Ru-V86DcSot-m6W2gCPlTJZp6_igE5AwtGsjpU-p6xY6elutk4X1i7cE1V7EasUFx6u00gO0WFZu6gxDtpZmWxXl6Hp_RdEXMdPj4_l3KDa7EmnI1C6GIEE-nw5jo/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><strong><span style="font-size:78%;"> </span></strong></p><p><strong><span style="font-size:78%;">[imagem de Jean Harp]<br /></span></strong><br /></p><div align="left"><span style="font-size:78%;"><strong></strong></span></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-38528172724982518402009-05-17T17:46:00.004+01:002009-05-17T17:59:03.485+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLCuMfr_1J4wJrtHSELkmfst8su4pPpk17fYeumxGyX265nhpbeOQeaa2VsfmjguWP70n0jm5SggSDyglpioWuNHElOtAr6JweLw-A089G10E9nJSVJDsj-XORVLdI684h2_PY5vQO2Xs/s1600-h/CSY97_c_02.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5336835996940087042" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 198px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLCuMfr_1J4wJrtHSELkmfst8su4pPpk17fYeumxGyX265nhpbeOQeaa2VsfmjguWP70n0jm5SggSDyglpioWuNHElOtAr6JweLw-A089G10E9nJSVJDsj-XORVLdI684h2_PY5vQO2Xs/s400/CSY97_c_02.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><div align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUA0V5TG2aM8kooItXZn63-Y6gpWnO016NxxtlFkdwnfhVzaA3EjtoFKeKhKWiLDBW-gyrUwrRzP7iqadDAVOMgHzmOZ6Er77HwCtGTXFdieQOYAw8RP2bouQVUJGX1h6tbEAFMbeKshE/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5336835730668709090" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 362px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUA0V5TG2aM8kooItXZn63-Y6gpWnO016NxxtlFkdwnfhVzaA3EjtoFKeKhKWiLDBW-gyrUwrRzP7iqadDAVOMgHzmOZ6Er77HwCtGTXFdieQOYAw8RP2bouQVUJGX1h6tbEAFMbeKshE/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div align="left"><span style="font-size:78%;color:#330033;">[Escultura-objecto de Mário Cesariny]</span></div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-81220841611665029712009-05-01T23:46:00.005+01:002009-06-14T14:37:25.225+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6JebWGNsn1WE62orbh9dHWDBL7G6jEC5BZ7wD18eNidv5gL_VO8iL8p8oXTrrUpb7tGWbv2uqJe5A5B7hWdg3NVy4b2Qu1sKuvezrkk6r7JIqw8IbeyxBhxDypi-8Dnsf9Y1A_tvzPj0/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330999680700279874" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 176px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6JebWGNsn1WE62orbh9dHWDBL7G6jEC5BZ7wD18eNidv5gL_VO8iL8p8oXTrrUpb7tGWbv2uqJe5A5B7hWdg3NVy4b2Qu1sKuvezrkk6r7JIqw8IbeyxBhxDypi-8Dnsf9Y1A_tvzPj0/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><div><br /><div align="center"><span style="color:#330000;">a rosa é para ti, Isa</span></div><div align="center"><span style="color:#330000;">por amamentares as flores</span></div><div align="center"><span style="color:#330000;">que dão cor aos meus olhos</span></div><div align="center"><span style="color:#330000;">– roubei-a ao Dalí</span><br /></div><br /><br /><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW1t22FJBTWULE8xqsDg2wPvmXqyGvYxZiOezmPVxanQoHhghQAz55swBYPjJ4ij7f8LQOH7c4DSzjmKTlsvgkOR5wJxqPfXfWRC60TYrp1Vue8bC-PyvkRjfu-9WRt71ZFcrgpVN-v68/s1600-h/salvador+dali.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330993181902430002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW1t22FJBTWULE8xqsDg2wPvmXqyGvYxZiOezmPVxanQoHhghQAz55swBYPjJ4ij7f8LQOH7c4DSzjmKTlsvgkOR5wJxqPfXfWRC60TYrp1Vue8bC-PyvkRjfu-9WRt71ZFcrgpVN-v68/s400/salvador+dali.jpg" border="0" /></a> <strong><span style="font-size:78%;color:#330000;">[Salvador Dalí, 1958]</span></strong> </div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-36357490958662097522009-04-25T14:33:00.004+01:002009-06-14T14:23:27.613+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4SRjpIciny7qlBCQnGpzwq3xv3E9zgtpNdbsqDizob4JlKt8D4eO6WmczatJ13Ujs_j-vQlIZkF41lxnWe8cXslALSGTzhqoy9CM5-uWnThNUytRMO9s0K1zrJkZLnQEUaekZmoTyhT4/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328629361096860578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 214px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4SRjpIciny7qlBCQnGpzwq3xv3E9zgtpNdbsqDizob4JlKt8D4eO6WmczatJ13Ujs_j-vQlIZkF41lxnWe8cXslALSGTzhqoy9CM5-uWnThNUytRMO9s0K1zrJkZLnQEUaekZmoTyhT4/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuOnFsk4zwyTjhg6-z4wIFeO_HDXQ39H51OeRecwNcganzNFg4lZWdClK5brC5oEbFBCBXNBEW038Ez2eH7srEAXOCBUSE19M5QqoxHeHY8OtDZZesG_fG9nnewq03Nt5bnhznhqseAfs/s1600-h/Carlos+Calvet,+s+t,+1964.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328622119013884594" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 281px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuOnFsk4zwyTjhg6-z4wIFeO_HDXQ39H51OeRecwNcganzNFg4lZWdClK5brC5oEbFBCBXNBEW038Ez2eH7srEAXOCBUSE19M5QqoxHeHY8OtDZZesG_fG9nnewq03Nt5bnhznhqseAfs/s400/Carlos+Calvet,+s+t,+1964.jpg" border="0" /></a> <span style="font-size:78%;"><strong>[Carlos Calvet, 1964]</strong></span><br /><br /><div></div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-46594742965041346922009-04-04T13:32:00.001+01:002009-06-14T14:23:00.442+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_ey3K4lHXeOPjiDr78FkD8YXfgy4v4ZusP8MYqSAlOjtUdr9sMKwLhfEa5bv0SnTCW5BFakkNJ6bxaKL1K0KCKrK4F3wY6eH9qER2Hzn_aeH9k_BoEBVmalR42M320tFOwza8zRifsrk/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320813473286825794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 331px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_ey3K4lHXeOPjiDr78FkD8YXfgy4v4ZusP8MYqSAlOjtUdr9sMKwLhfEa5bv0SnTCW5BFakkNJ6bxaKL1K0KCKrK4F3wY6eH9qER2Hzn_aeH9k_BoEBVmalR42M320tFOwza8zRifsrk/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-75861265443867371342009-03-21T18:23:00.013+00:002009-03-23T01:02:08.259+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (IX e último)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDO1GCZX09x-j5rYTDW8b_u_YWGvVHWjd9_39u7QrDHeDDefFha7YQjoenpAlaXf7-4lW-zyAZVdJDWejPTc_1_83jvfcrzaG654ssXrWjN1mtJ071uqdDjwpQB4rD0wQ_wd09VbXhqrM/s1600-h/Paul+Klee,+1930.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316174632046619762" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 273px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDO1GCZX09x-j5rYTDW8b_u_YWGvVHWjd9_39u7QrDHeDDefFha7YQjoenpAlaXf7-4lW-zyAZVdJDWejPTc_1_83jvfcrzaG654ssXrWjN1mtJ071uqdDjwpQB4rD0wQ_wd09VbXhqrM/s400/Paul+Klee,+1930.bmp" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"><span style="color:#330033;"><strong> [Paul Klee, 1930]</strong></span><br /></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDzFEvhLPc55EF_x0iclYrKYA5j2lJUQY8eSP1mbFfPDYGAWx_nb-gNS44lcQY9zgEq-SNlQMB-f9F1wv2ExwLZev6O-VTrIY50Uyhtm49m9j6yVo29Hm_yNJ7XAHIIFn7PtuzMLEzWPw/s1600-h/Paul+Klee,+1925.bmp"></a><div align="left"><br /><br /><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>a biologia conserva o segredo insondável<br />[nuvens densamente armadilhadas]<br />o líquido espesso que ressalva o erro, a vida<br />no planeta que a amnésia sustenta<br />mãos atadas, adesivo na boca, narinas irritadas<br />e ainda a surdez indissolúvel, a cegueira impermeável<br />– a memória dum povo em contínuo reset<br /><br />ângulo branco<br />: meninos a brincar<br />chutam a orelha há pouco atirada aos cães<br />pelas suas zelosas mães<br /><br />triste infinitamente triste<br />o poderio podre dos senhores da guerra<br />a mama seca<br />verdade sobre o azul, asfixia do ouro<br />em plástico doentio</strong></span></div><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><blockquote><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong></strong></span></blockquote><div align="left"><strong>«ah, a baioneta»<br /><em>fica sempre bem com a farda</em><br />«guerra é coragem, honra e bravura»<br /><em>suor e ranho para limpar no lado b da bandeira nacional</em></strong></div><blockquote><strong></strong></blockquote><div align="left"><em></em><strong>«ah, o soldado desconhecido<br />ainda a apanhar frio nalguma rotunda»<br /><em>carne para canhão</em><br />«mas um canhão come carne?»<br /></strong><em><strong>sim, e da boa<br />ouvi dizer na corola machucada dum sonho<br />em que vi bailar no campo de batalha<br />a baioneta vestida de noiva; dançava com os órfãos<br />e com as viúvas</strong></em></div><div align="left"><blockquote><strong></strong></blockquote><strong>dentro de momentos virá a boa sirene inquietar os corações<br />os seios da sereníssima mãe pingam na bainha do tempo<br />– lágrimas umbilicais<br /><br /></strong></span><span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>a carta mais triste do mundo, última canção</strong></span> </span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong><br /><em>: louca sirene<br />diz-me quem enxugará as lágrimas<br />ao soluçante farol das pequenas praias<br />esse menino uivante no raiar da escadaria<br />diz-me senhora mãe<br />tantos filhos como gemidos<br />e como magoa este torpor<br />madre soror<br />venha o espaço num balbucio dissolver o que de nós sobejou<br />dor e mais dor a fervilhar em bica<br />ó madre dolor que me escutas<br />de nós sobejou o enigma, o umbigo a roçar<br />a noção de lugar – esta gólgota ardente<br />esta gólgota morrente </em></strong></span></div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-75348798934918988962009-03-14T19:04:00.007+00:002009-03-15T18:59:11.173+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (VIII)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQy8bnlfSehn4T0kQoa4u_A8eQzPce8-hzwKEHURFsWx2c9FtUB00HRi7fpnLh1PYRPaNNisSfjMrvyIUBYJgIYBrGqF-FHyNPlUIuA3Nz9E0IysE1FME4vHeTSpKasjbZzpDmrLKqq3g/s1600-h/digitalizar0008.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313485098879700434" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 352px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQy8bnlfSehn4T0kQoa4u_A8eQzPce8-hzwKEHURFsWx2c9FtUB00HRi7fpnLh1PYRPaNNisSfjMrvyIUBYJgIYBrGqF-FHyNPlUIuA3Nz9E0IysE1FME4vHeTSpKasjbZzpDmrLKqq3g/s400/digitalizar0008.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div></div><div></div><div><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>mergulho aprumado, a heroicidade<br />branca inocência em não justificar diademas do sacrifício<br />em não perfilhar as várias transmutações da carne<br />no intuito de mais tarde dissecá-las<br />em ângulos gordos a emurchecerem<br />à passagem do brilho indeciso do ponteiro<br /><br />ângulo púrpura<br />: a arena<br />lar de afectos animalescos<br />recinto do mais trabalhado instinto<br />onde irrompe um fulgor de sangue em transição<br />que borbota do carvão ancestral<br />e tilinta fome<br /><br />submissos ao pulsar da areia amarelada<br />os amantes ocupam hesitantes os seus lugares<br /><span style="color:#330033;">–</span> um mirabolante tabuleiro de xadrez<br />[chamariz sexual]<br />um jogo de regras quebradas<br /><br />colunas frágeis conexas à miríade de poros<br />nevroticamente tensas<br />estudam no mapa epidérmico a cíclica migração dos fluidos<br />sombras que ameaçam subterfúgios protegidos<br /><br />os amantes aprenderam a burlar a púrpura condescendente<br />emanada da carga mitológica que alumia a história<br />passado reforçado por arestas de exausta verosimilitude<br /><br />na arena<br />[expansível palco da libido]<br />hienas escarvam enlouquecidas pelo amor<br />encenam sete minutos de sucção<br />sublimando expoentes limítrofes da carne<br />planeiam ao pormenor<br />a geometria única de lanhos infligidos à jugular<br /><br />assim o desespero das criaturas<br />o mais alto sacrifício na desonra da dignidade<br />mescladas as várias tonalidades do sangue<br />que elas ainda não compreendem<br /><br />ao de leve o vento na areia manchada<br />brisa dúbia da sentimentalidade<br />turbilhão de tubos ao redor da cama no subterfúgio<br />covil à mercê da união mordaz de cateteres<br />corpo trémulo ciente da sua cumplicidade negra<br />em abjecta armadilha<br /><br />ao espectador<br />desdobra-se sanguinário o origami poligonal<br />porque o medo escurece a carnalidade<br />e os infames amantes acabam por se desencontrarem<br />nos corredores</strong></span></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-70864038037086814312009-03-07T00:33:00.005+00:002009-03-07T18:57:33.163+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (VII)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJcn9kF9_qaAoJfs2akQRHjZy_2jjVZDdwbVJPD4V7OIcqh4KlCKWUb5DCZcIsBugyA14Kp2l0bqDOaKwekZXx6l3UQ_THaxhxlf7se1BZFGWz5pcgA4SDF0sUt9pWMOhdG7kPqubKxbw/s1600-h/wassily+kandinsky.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5310237896429080674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 254px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJcn9kF9_qaAoJfs2akQRHjZy_2jjVZDdwbVJPD4V7OIcqh4KlCKWUb5DCZcIsBugyA14Kp2l0bqDOaKwekZXx6l3UQ_THaxhxlf7se1BZFGWz5pcgA4SDF0sUt9pWMOhdG7kPqubKxbw/s400/wassily+kandinsky.jpg" border="0" /></a></div><div align="center"><strong><span style="font-size:78%;color:#330033;">[Wassily Kandinsky, 1925]</span></strong></div><div align="left"><span style="font-size:+0;"><span style="font-size:+0;"><br /><br /><br /></span><span style="font-size:0;"></span></span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>um alfabeto de saliva escorre para um mar inconfessável<br />[um beijo demorado]<br />nebulosas encabeçam ruínas de corpos<br />letras feridas nos membros em sobressalto<br /><br />ângulo azul<br />: pregadas à frieza dos acontecimentos<br />as mãos suam<br />embevecidas no volante<br />tão terrenas que irrepreensíveis estrangulam a estrada<br /><br />água a pecar na renúncia<br />página a página, a culpa e a traição:<br />esgrima entre as duas faces<br />[espelhos]<br />outras duas faces<br />choros repetidos<br />borrão nos rostos<br />– pneus a pisarem o traço contínuo<br />[a paixão]<br />uma condução perigosa<br /><br />à distância um esgar delicado, oca feição da água<br />adentro uma amálgama febricitante de impressões<br />relâmpagos cínicos<br />ou<br />ilegibilidade das bocas</strong></span></div><div align="left"><span style="font-family:courier new;"><strong><blockquote><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong></strong></span></blockquote><span style="color:#330033;">haverá quem encadeie soluços, sobras líquidas da memória<br />brindando a uma maresia citadina<br />e a salvo<br />os últimos fragmentos irredutíveis da precipitação<br />espermatozóides electrocutados na vulva<br />sempiternamente suspensos na matriz coloidal<br />: um crânio estéril<br /><br />vivências estrondeiam quilómetro a quilómetro<br />e a maresia é desmascarada<br />ascendem à consciência os prejuízos<br />intenso encontro com a circe poluente<br />– unhas aguçadas lavram a pele<br />toda a fisionomia chora como uma ilha<br />adiando a colisão no aquário<br />remorso<br /><br />ainda de dor uns olhos transfigurados<br />[fonte carnívora]<br />cobram esperma e sangue, último almoço</span></strong></span><span style="color:#330033;"> </span></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-34147155342905290852009-02-28T00:12:00.004+00:002009-02-28T00:22:17.362+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (VI)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdAdhKwHeZmPh8VdI7GfF7Y3UWUcKAlmLwVjZp_xhCEJoovUjKe3sHH73PUXpiMx1c6fUNfRsXtdq0AX6vgOupJlIaJZ0XaAfYCv4vu75vrJovTgnCkMqSip7uVYjIxq5aOOzCNKuisCs/s1600-h/Richard+Pousette-Dart+(1992).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307634933367344626" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 388px; CURSOR: hand; HEIGHT: 388px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdAdhKwHeZmPh8VdI7GfF7Y3UWUcKAlmLwVjZp_xhCEJoovUjKe3sHH73PUXpiMx1c6fUNfRsXtdq0AX6vgOupJlIaJZ0XaAfYCv4vu75vrJovTgnCkMqSip7uVYjIxq5aOOzCNKuisCs/s400/Richard+Pousette-Dart+(1992).jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;color:#330033;"><strong> [Richard Pousette-Dart, 1992]</strong></span></div><br /><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>dorsal <em>versus</em> ventral<br />[desconforto]<br />dúvida irascível na escolha do posicionamento<br />estrebuchar no solo frio da cerâmica<br />superfície vertical individualizada<br />irregularmente cilíndrica, ideal para abandonar bifurcações<br />e dar azo a vontades de pé<br />comprometendo caprichosamente directivas do pensamento</strong></span><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>– um refúgio tridimensional: os pés no caminho frágil<br /><br />ângulo negro:<br />de lambidela em lambidela<br />uma família de gatos subjugada pela ampulheta<br />testemunha o êxtase do tacto num abrir de telhas – o tecto<br />desabrocha na noite<br />as madeiras rangem recados<br />códigos sobressaltados do relâmpago<br /><br />um único feixe vindo do berço perpetua-se<br />pelo contínuo estilhaçar de flashes<br />génese dum monólogo invariavelmente audível<br /><br />os gatos agridem a radiação na explosão dos nós<br />rosnam enfraquecidos pela luz que lhes fere os olhos<br />exaustos adormecem no gás da almofada<br /><br />no centro da espiral de fumo<br />dança a trança de pêlos negros<br />[oferenda dos bruxos]<br />hoje é sexta-feira treze<br />cumprem-se os votos da sacerdotisa virgem<br /><br />a lua entregue ao bel-prazer dos gatos virtuais<br />garras a escavarem um écran<br />– procurar no berço a ponta do feixe<br />onde residem significados do arbítrio<br />camuflados pela cor electromagnética dos sons</strong></span><br /><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>a ampulheta tosse<br />[rio de pânico subindo a tristeza refractada na cor]<br />uma mão divina colhe miados no labirinto impaciente<br />una pulsação da família em coro desprotegida<br />e o tempo escorre ainda mais frenético<br /><br />os gatos petrificam-se um a um<br />– despedem-se do rosto frio e branco da lua<br />que aperta, entre lágrimas, o seu xaile<br /></strong></span>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-24990935644538766662009-02-21T00:13:00.005+00:002009-02-21T00:40:30.048+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (V)<div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305043532289101602" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF7QhRYk-KMxlDt0Uwe8HwKybX-ut6Ffnb6GbRL1dslywQec02OUV6g0ARr1XjA01-KmC_iq2BBcm0OL9tn-OGOoqjKfc9WRCiWHvP2vZSMtk2o0tDKFYb9aKq6TM_neynrPgTdfrm9kY/s400/Isabel+Mendes+Ferreira+2.jpg" border="0" /><span style="font-size:78%;color:#330033;"><strong>[Isabel Mendes Ferreira] <blockquote></blockquote></strong></span><br /><div align="center"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"></div><br /><div align="left"><br /></span></span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>o coração sobrevém embriagado sob o tronco do qual sairá<br />uma guitarra que arrematando as cordas<br />o aprisionará<br /><br />ângulo roxo:<br />a cobra enrodilhada no lagar<br />pariu treze filhas<br />e na expectativa da forquilha próxima<br />revê a superfície luzidia de todos os bagos de uva<br />janelas dum ciclo a confessar efemeridade<br />carisma do vinho a cair no copo, o descerrar<br />das escamas<br /><br />os frutos falam de amor, delírios de quem<br />os come – e o tempo diz do néctar que neles habita<br /><br />tingidas pela chuva as sedas<br />desmaiam nas imagens, enfraquecem o vinho<br />o afago<br />aos glóbulos vivos em ânsia despropositada<br /><br />porque há arte em acender polpas<br />e muito se aprenderia se possível fosse<br />auscultar os mortos<br />na loucura de cada gomo – eterna espera<br />sedutora glicose escondida nas abóbadas do fruto<br />pulsar dos vértices, arquitectura do palato<br />atento<br />morrer e ressuscitar num segundo<br />brincadeira de língua<br /><br />e quando a guitarra eleva o etanol<br />a voz tropeça na alegria aninhada nas veias<br />nesse encanto<br />o miocárdio entende porque<br />cantam as maçãs, as peras, as laranjas<br />nos pomares<br />– pulmões inundados pelo sumo<br />jorro feliz<br /><br />basta uma garganta no platinado das sombras<br />uma fogueira que arda o mosto<br />[descuidado pela cobra subtraída ao lagar]<br />basta uma garganta que se implante numa tarde visionária<br />mordida pela embriaguez da saudade<br /><br />e assim se estanca a solidão na cratera aberta<br />pela volatilidade das cordas, pelo casamento da voz<br />com a música</strong></span></div><div align="left"> </div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-6269597135004323312009-02-14T00:03:00.009+00:002009-02-14T01:13:05.945+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (IV)<div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302443676611049346" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 325px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMh-cNfwzzgwHAoF5nxZ2CqYh-YTMfCaSV4oNs6l8yWmPmQXixr0f2N_s59xr7nHVvfed18Nlnqi6cc3s5SnaRd5i3RGQLQpXjkY8Z4pMwhvXRa0pdUVAYP6qltz0b70Yb1a4lF-yQ8Zk/s400/Richard+Pousette-Dart.jpg" border="0" /><span style="color:#330033;"><span style="font-size:78%;"><strong>[Richard Pousette-Dart, s/ data]</strong><br /><br /></span></span><div align="center"><br /><br /><div align="left"><span style="font-family:courier new;"><span style="color:#330033;"><strong>a alma reposiciona-se na qualidade de diafragma<br />espera víveres do holofote<br /><br />ângulo amarelo:<br />os mortos reconhecem-se na difusa luz<br />[centelha do suspiro]<br />unem os ossos no descampado<br />dão as mãos<br />[súplica do húmus tenro]<br />circundam os que vivem, cotejam poder a cânticos<br />– cadáveres à solta na garganta dos vivos<br /><br />da ceifa ficaram esqueletos para herdeiros instrumentarem<br />à terra o fundo da circuncisão maior<br />dádiva completa de passagem em passagem<br />um diálogo com a legítima mãe<br />um forno húmido de crispações<br /><br />suplantado pela piscina do ódio, lago de sombras<br />o ermo alimenta-se de episódios de amor mal resolvido<br /><br />um horto de flores a haver:<br />girassóis transfigurados<br />tulipas descomunais albergando sanguessugas nas corolas<br />glicínias produtoras de minúsculos dardos venenosos<br />magnólias com ventosas musculadas<br />dálias carnívoras<br /><br />o reinado da reestruturada dinâmica de fluxos:<br />sangue a subir o xilema<br />vómito a descer o floema<br /><br />plantas com grandes olhos<br />o pesadelo, endereço dos mortos<br />– rótulas vegetais impulsionam canos<br />caules grossos<br />ligados ao contentor de açúcar<br />pólen saturado que as veias pingam<br /><br />caroços químicos invasores<br />vírgulas no genoma – a alma dorme, consente<br />a derradeira posição do holofote<br /><br />dentro da raiva que rege a estratificação do solo<br />a consciência do petróleo<br />o cheiro nauseabundo da abundância caótica<br />convertido em suor na espécie molestada<br /><br />e os mortos brincam às marionetas com as plantas mutantes<br />ensimesmados no azar que lhes convêm<br />cumprem na entropia o teatro do ódio, a crueldade cénica<br />uma vida já extinta<br /></span></span></strong></span></span></div></div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-68745595848695057722009-02-07T17:48:00.006+00:002009-02-10T23:50:09.509+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (III)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiQcnG-De9NGM0ta4GoYha3y6CEkfi7PJOSNfLeMZKIxRW-y77SJjVjI_eJpa5_j_o2wmIUVS4CoxCVqXARu8fbRM3dbAVmcNQAfEkM4u_5jqaAUZw6jUhEAZpJlyz9HwY3YxDJcZZg8o/s1600-h/syringe68.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300114544019621858" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 301px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiQcnG-De9NGM0ta4GoYha3y6CEkfi7PJOSNfLeMZKIxRW-y77SJjVjI_eJpa5_j_o2wmIUVS4CoxCVqXARu8fbRM3dbAVmcNQAfEkM4u_5jqaAUZw6jUhEAZpJlyz9HwY3YxDJcZZg8o/s400/syringe68.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;color:#330033;"><strong> [Francis Bacon, 1968]</strong></span></div><br /><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>vectores do sangue lardeados pelo som da constrição<br />de paredes<br />partículas arrancadas ao domínio obscuro<br />– a força inerte<br />beleza do betão enquanto paisagem<br /><br />ângulo violeta:<br />a mulher desconstruída em triângulos<br />desolada atravessa oblíquas dimensões do horror<br />chão em pesadelo<br />abismo de porta em porta<br />o som bastante sujo<br /><br />a mulher desdobrada no que de seu perde<br />em truculentos rearranjos<br />figurações hediondas do amianto<br />sempre hesitante em qualquer maçaneta-chifre à sua frente<br /><br />uma casa desarmada em flor bebe o arco-íris<br />pela aorta<br />engole fraccionadamente a mulher<br />que contrariada respira ar de brita<br /><br />nariz contra o espelho – foz errada<br />beijar inverso:<br />planos côncavos deterioram outros convexos<br /><br />frivolidade das arestas, a mulher invertida<br />a alienar uma epiderme mais espessa<br />que de estranha deixa corroê-la<br />pela borrasca intestinal<br />febre do stress<br />anjo-reflexo<br /><br />faminta regressão hipnótica: a máscara consubstancia-se<br />tal a fúria calcária<br />e incha, incha até subsequente fractura<br /></strong></span><br /><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>o grito – a mulher reconstrói-se<br />ergue-se no nervo óptico<br />sai da agrura do humor vítreo para o alívio do cristalino<br />insinua-se na pupila<br />floresce na íris<br />alumia o humor aquoso<br />desarma a córnea<br />vê</strong></span>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-51138493697587863532009-01-31T12:50:00.008+00:002009-02-10T23:49:41.837+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (II)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi2f0boLYV7mCXzTCeiGPq3r57BAuNErUYZCyqDalR8jMy2YY7LVk3DE8FQbohVVs5OamN-jU7FkgxdbxQOHpprBooMoQFqo8KkdQdnflIkkphUyzFF5TG-VPKUTk_VuPlgj6a7Y1bkw4/s1600-h/George+Grosz+(1917-18).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5297439768546534770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 307px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi2f0boLYV7mCXzTCeiGPq3r57BAuNErUYZCyqDalR8jMy2YY7LVk3DE8FQbohVVs5OamN-jU7FkgxdbxQOHpprBooMoQFqo8KkdQdnflIkkphUyzFF5TG-VPKUTk_VuPlgj6a7Y1bkw4/s400/George+Grosz+(1917-18).jpg" border="0" /></a><span style="color:#330033;"> <strong><span style="font-size:78%;">[George Grosz, 1917-1918]</span></strong></span></div><p><span style="color:#330033;"></span><span style="font-size:78%;"></p><blockquote><strong><span style="color:#330033;"></span></strong></blockquote><div align="left"></span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><strong>ponto a ponto o espaço é desvendado pelo clarão<br />aquilo que é iluminado e curvo<br />porque a luz resguarda órbitas fenomenais<br />e os corpos alcançam significados pelo toque da iluminação<br />unos e tremendamente sós – no santuário<br />as velas choram um leite puro<br />quente, inocentemente amamentam<br />os seres que se movimentam na escuridão<br /><br />ângulo verde:<br />o baile funesto de saprófitas, crescente miséria dos povos<br />ejaculação política num colorido envenenado<br /><br />terreno inóspito, sem dúvida, e anda o indivíduo<br />a treinar as mãos na saca de grãos vinda do desespero<br />pobre coitado – ainda se aleija no veneno<br /><br />o pão que a sociedade reveste de cívico no falar humano<br />cheio de pústulas e de magnetismo perturbador<br />simboliza a sucessão ininterrupta de blocos<br />imprevisíveis no âmago<br />mas capazes de gerarem um buraco negro<br />e criarem a falsa ilusão de consumarem nobre ofício:<br />o de esculpirem identidades<br /><br />procura e oferta, hierarquias no esvair da matéria<br />e um amor de cinza acabado<br />nuns lábios por arder<br /><br />somente um incorruptível prodígio na visão da criança<br />num êxtase raro<br />e talvez irrepetível na sua vida:<br /><br /></strong></span><span style="font-family:courier new;color:#330033;"><em><strong>uma família numerosa reunida à mesa<br />empenhada a comer frutos secos no epílogo da consoada:<br />nozes, amêndoas, avelãs<br />mandíbulas, maxilares, dentes<br />ranger de cascas<br />o ruir dos tecidos<br />vultos compenetrados<br />a música orgânica<br /></strong></em></span><strong><span style="color:#330033;"><em><span style="font-family:courier new;">ritual de dentro<br />– o silêncio do arvoredo linguístico</span></em></span></strong></div><div align="left"></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-71306539546018449712009-01-24T15:03:00.007+00:002009-02-10T23:48:48.225+00:00PSICOCLAUSTROFONIA (I)<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZHQjjQfF11gvNQ3DEnyMWFffbzeTnAf1sIivjt5vbtwJkLJ8jHnFoqGQbzzV6bt29oOTFGumR5xBnMLCceBf7S8B6WSqG9ZZ4qmJBqsvJyiIdomu5-aunnK2z4YQhQifOh4DXKoo0AA/s1600-h/Francis+Bacon,+1978.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5294877151121765874" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 303px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZHQjjQfF11gvNQ3DEnyMWFffbzeTnAf1sIivjt5vbtwJkLJ8jHnFoqGQbzzV6bt29oOTFGumR5xBnMLCceBf7S8B6WSqG9ZZ4qmJBqsvJyiIdomu5-aunnK2z4YQhQifOh4DXKoo0AA/s400/Francis+Bacon,+1978.jpg" border="0" /></a><strong><span style="font-size:78%;color:#330033;"> [Francis Bacon, 1978]</span></strong></div><br /><br /><span style="color:#330033;"><span style="font-family:courier new;"><strong>espreitar o universo e vê-lo obscuro<br />intensamente desfocado: os habitantes dos planetas</strong></span><br /></span><span style="color:#330033;"><span style="font-family:courier new;"><strong>defecam atmosferas de gás, gritam pequenez<br />cada um vê-se como um asteróide negro desabitado<br />– o processo de desertificação é interior<br />e fruto do olho humano<br /><br />ângulo vermelho:<br />entra a rainha do submundo<br />uma labareda de cabelos ruivos<br />um vestido de pólipos folhosos e fumegantes<br />[rubro contra púrpura]<br />momentos antes da prédica no púlpito do sacrário venal<br /><br />intensifica-se o desfile, o crepitar da coroa<br />– a assembleia inicia a descompressão da pepita<br />alguma poeira cósmica, dialectos absurdos<br /><br />ângulo intersectado – a linha fúnebre, bastarda<br />a luz azul, um rosto frio<br /><br />visão de cima: um palácio de tijolo sanguíneo<br />velado por mutantes da palavra obscura<br />suplício dos guerreiros infelizes<br /><br />no interior<br />em câmara resguardada de festejos mundanos<br />e diálogos triviais<br />a laranja velha repousa no luxuoso caixão do mundo<br />seus horrendos poros tossem vermes gordos<br />embriões da desgraça, outrora vísceras em papa<br />lembrança da perpendicularidade<br />a todos os olhos nua<br />fria<br />e inalterável<br /><br />comecemos então<br />o novíssimo estratagema da criação: células<br />prestes a asfixiarem<br />num quarto de vidro gravemente embaciado<br />– vapor de melaço<br />saído das entranhas do cientista<br /><br />escapando à anatomia do vergonhoso cérebro<br />rasga-se<br />com a maior unha do corpo<br />o útero do pensamento mais escondido<br />dito recalcado – espera-se muco<br />e algum sangue podre<br /><br />esporadicamente a ciência visita o campo da adivinhação<br />– quando o cientista, um pouco bruxo, aguça a lente<br />para destrinçar emaranhados colossais da massa a analisar<br />entra num fino véu<br />mesclado de nácar e fel<br />consumando-se o milagre das sete abóbadas<br /><br />contentem-se os artesãos da ciência<br />com aspectos elementares da laranja morta<br />velha rainha<br />pois nunca desvendarão trilhos que<br />alguma vez<br />os cavalos do ácido traçaram</strong></span><br /></span><span style="font-family:Georgia;"></span>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-58010445539616121302009-01-14T20:02:00.008+00:002009-01-14T20:16:05.460+00:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYon8lX-VME5228P3K9Y_0bCI4-5K8OKk5i5EOr1-6UGC6c8Ty5accDGlLozbgYHBxvymBPfULshG_3XsQke5wOa3hUwAENn5tFmAAn36aUxwbXuaoAKFeb52g4R5jrofqYaBZjCRxk6o/s1600-h/flor+de+granito.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5291245572891827634" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 221px; CURSOR: hand; HEIGHT: 166px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYon8lX-VME5228P3K9Y_0bCI4-5K8OKk5i5EOr1-6UGC6c8Ty5accDGlLozbgYHBxvymBPfULshG_3XsQke5wOa3hUwAENn5tFmAAn36aUxwbXuaoAKFeb52g4R5jrofqYaBZjCRxk6o/s400/flor+de+granito.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG4Kg18EjuhpLgdgZkP9LPBAgcev8cL8BXqEk__Y_PShYZWGvhitg7vVjwchtp8EN0f_QXTCvGh6uBLQ1NGMGe7oAF1LLjC-MH-1GbyoJk9D1JmV-oqXuI-N3Wy4qKR94WJBTEHkGcuYM/s1600-h/digitalizar0007.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5291245461599755378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 285px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG4Kg18EjuhpLgdgZkP9LPBAgcev8cL8BXqEk__Y_PShYZWGvhitg7vVjwchtp8EN0f_QXTCvGh6uBLQ1NGMGe7oAF1LLjC-MH-1GbyoJk9D1JmV-oqXuI-N3Wy4qKR94WJBTEHkGcuYM/s400/digitalizar0007.jpg" border="0" /></a></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-25384381574964009622009-01-10T12:07:00.013+00:002009-01-10T13:30:58.697+00:00A BRAGUILHA DA GUERRILHA<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghpzhaCiaTfipQp8xSPfGyFmbMbpVVgr3UxRnK9QI30iB_iEQCdo2NNn5UfjafvJcOxCWM9uv9SZXYUEdToitSIGm8yd_N2WGiDZrTwsNJFTHms2Lox6v3KAPdZPEt4qiT2qLCBtRiP_g/s1600-h/digitalizar0006.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289637128980582002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 277px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghpzhaCiaTfipQp8xSPfGyFmbMbpVVgr3UxRnK9QI30iB_iEQCdo2NNn5UfjafvJcOxCWM9uv9SZXYUEdToitSIGm8yd_N2WGiDZrTwsNJFTHms2Lox6v3KAPdZPEt4qiT2qLCBtRiP_g/s400/digitalizar0006.jpg" border="0" /></a> <blockquote></blockquote><br /></div><div align="center"></div><blockquote><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpMbiXLFf3wHrlsfkbAPuKneq4asEs1H6cL060d4LPu2E77dU5W8nBi5F4G7Hr9WhatzktMpsaO_19SWJPIUjyM9VSsLlNHqB34WL5d9zEIxbZiqjmAuE6zNPwM-NsWp3aic_FpN1YdQ/s1600-h/digitalizar0003.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpMbiXLFf3wHrlsfkbAPuKneq4asEs1H6cL060d4LPu2E77dU5W8nBi5F4G7Hr9WhatzktMpsaO_19SWJPIUjyM9VSsLlNHqB34WL5d9zEIxbZiqjmAuE6zNPwM-NsWp3aic_FpN1YdQ/s1600-h/digitalizar0003.jpg"></blockquote><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289636737361718642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 387px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpMbiXLFf3wHrlsfkbAPuKneq4asEs1H6cL060d4LPu2E77dU5W8nBi5F4G7Hr9WhatzktMpsaO_19SWJPIUjyM9VSsLlNHqB34WL5d9zEIxbZiqjmAuE6zNPwM-NsWp3aic_FpN1YdQ/s400/digitalizar0003.jpg" border="0" /></a> </p><blockquote></blockquote><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7q1hW9238QSwXXM6cVHEjXd-qOThiXDIdl9cQbyLnlQSMDsnbSzYgHsw0sZudcjHSxS_d-UVnfSIdnXDJRwK7tBtTIzctOtNDEJ1j0YhLevA2teJl3EeD63SZwXY0E9MR3Yk9K6pLqvE/s1600-h/digitalizar0002.jpg"> </p><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289636410091745666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 285px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7q1hW9238QSwXXM6cVHEjXd-qOThiXDIdl9cQbyLnlQSMDsnbSzYgHsw0sZudcjHSxS_d-UVnfSIdnXDJRwK7tBtTIzctOtNDEJ1j0YhLevA2teJl3EeD63SZwXY0E9MR3Yk9K6pLqvE/s400/digitalizar0002.jpg" border="0" /></a> </p><blockquote></blockquote><br /><div align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRLw6ApAUmzvr2aDQe2iOqeUk_DkIjjyP0rRB3PNxyZzw7bwkyMTR-bU5vaYawrO22qvnBqmefN2MMyNnsm_MWq-LZYsDdv1KvccHnJ4nj4d3mEb3WDfLXNER9NvLSqGrf0SahyphenhyphenhtY2lw/s1600-h/digitalizar0005.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289636039866341282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 260px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRLw6ApAUmzvr2aDQe2iOqeUk_DkIjjyP0rRB3PNxyZzw7bwkyMTR-bU5vaYawrO22qvnBqmefN2MMyNnsm_MWq-LZYsDdv1KvccHnJ4nj4d3mEb3WDfLXNER9NvLSqGrf0SahyphenhyphenhtY2lw/s400/digitalizar0005.jpg" border="0" /></a></div><br /><p align="left"></p>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-71726460815753088792009-01-07T00:36:00.001+00:002009-01-07T00:38:45.384+00:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6uHlqvPPt4mHe0GMlCQDMfdPykAa8rxbu6NpBrmny_c_z_UTTpkUDeiYKdkZOxAQXEXN4JNW_YHQMAtlGggqNKkBrRU-0LXU4uXJvgUkteOJRFqRFtZD-85Yh1lKHRYCT-VPHglzEzkc/s1600-h/digitalizar0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5288344716964283442" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 288px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6uHlqvPPt4mHe0GMlCQDMfdPykAa8rxbu6NpBrmny_c_z_UTTpkUDeiYKdkZOxAQXEXN4JNW_YHQMAtlGggqNKkBrRU-0LXU4uXJvgUkteOJRFqRFtZD-85Yh1lKHRYCT-VPHglzEzkc/s400/digitalizar0001.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-29614326550239393302008-12-15T20:34:00.012+00:002008-12-15T21:27:15.203+00:00LÁGRIMAS UMBILICAIS<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyOvibDTcEt80Ij6v_LyT962fJ9K0s-7NCnoDVTA7pJZevUNi7OImI2ZusUVylTaS4eViAoxlZi_IKDPHouPE2xP-xI1zHq4ApaxSARD3OUnfcP-lkOC0T6YtbKKyOf_plxbY-CrWsaRE/s1600-h/rui+rodrigues.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280127230243527154" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 321px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyOvibDTcEt80Ij6v_LyT962fJ9K0s-7NCnoDVTA7pJZevUNi7OImI2ZusUVylTaS4eViAoxlZi_IKDPHouPE2xP-xI1zHq4ApaxSARD3OUnfcP-lkOC0T6YtbKKyOf_plxbY-CrWsaRE/s400/rui+rodrigues.jpg" border="0" /></a><strong><span style="font-size:78%;"> [Rui Rodrigues]</span></strong><br /></div><div align="justify"><br />dentro de momentos virá a boa sirene inquietar os corações das pequenas criaturas. O ESPAÇO. os seios da SERENÍSSIMA MÃE pingam na bainha do tempo que o PAI DA FOME limita em louvor de OFÉLIA. </div><blockquote><p align="justify"><em></em></p></blockquote><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><span><em>louca sirene, diz-me quem irá enxugar as lágrimas ao SOLUÇANTE FAROL das pequenas praias, esse menino uivante no raiar da escadaria; diz-me SENHORA MADRE UMBILICAL tantos filhos como gemidos e como magoa este torpor MADRE SOROR! venha o espaço num balbucio dissolver o que de nós sobejou, dor e mais dor a fervilhar em bica, ó MADRE DOLOR que me escutas: de nós sobejou o enigma, o umbigo a roçar a noção de lugar. </em></span></div><blockquote><em></em></blockquote><div align="justify"></div><div align="justify">GÓLGOTA ardente ● GÓLGOTA morrente</div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7346162984623290168.post-17011570825356482242008-12-08T01:42:00.002+00:002008-12-08T01:47:24.624+00:00SONETO DO OPERÁRIO VINDIMADOR<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA6vmZIuFBhJ8ratLSQy7wn_7qXcF_l3W-tdjwFZRydsdZgPJzXyoOO3vYyI-7gq895vXqucPp6XrRwE44GxBw3w_CwCACOXR5xoSLseU6AiBycimFtyY92KRom_FtOf74VPbMiotGv8/s1600-h/digitalizar0002.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5277229514548105298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 270px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA6vmZIuFBhJ8ratLSQy7wn_7qXcF_l3W-tdjwFZRydsdZgPJzXyoOO3vYyI-7gq895vXqucPp6XrRwE44GxBw3w_CwCACOXR5xoSLseU6AiBycimFtyY92KRom_FtOf74VPbMiotGv8/s400/digitalizar0002.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div><strong>sombras chinesas ● vou beber<br /><br />não importuno o cálice<br />– ele descansa na mesa<br />de pés moles<br /><br />num dos muitos combros deixei esquecido<br />um cacho de uvas gordo<br /><br />um copo de culpa ● vazio<br /><br />porque vagueiam perdidas na parede<br />estas duas</strong> <strong>máscaras de outono<br />livres de maleita no dúbio escuro<br />perdidas duas vagas sem sono?<br /><br />à dupla passagem entre as sombras, minha sede<br />cairá a seringa no súbito despegar dos lábios<br /><br />sombras chinesas ● vou rever vindimas</strong></div>porfiriohttp://www.blogger.com/profile/00433865925566862827noreply@blogger.com2