[Isabel Mendes Ferreira]
o coração sobrevém embriagado sob o tronco do qual sairá
uma guitarra que arrematando as cordas
o aprisionará
ângulo roxo:
a cobra enrodilhada no lagar
pariu treze filhas
e na expectativa da forquilha próxima
revê a superfície luzidia de todos os bagos de uva
janelas dum ciclo a confessar efemeridade
carisma do vinho a cair no copo, o descerrar
das escamas
os frutos falam de amor, delírios de quem
os come – e o tempo diz do néctar que neles habita
tingidas pela chuva as sedas
desmaiam nas imagens, enfraquecem o vinho
o afago
aos glóbulos vivos em ânsia despropositada
porque há arte em acender polpas
e muito se aprenderia se possível fosse
auscultar os mortos
na loucura de cada gomo – eterna espera
sedutora glicose escondida nas abóbadas do fruto
pulsar dos vértices, arquitectura do palato
atento
morrer e ressuscitar num segundo
brincadeira de língua
e quando a guitarra eleva o etanol
a voz tropeça na alegria aninhada nas veias
nesse encanto
o miocárdio entende porque
cantam as maçãs, as peras, as laranjas
nos pomares
– pulmões inundados pelo sumo
jorro feliz
basta uma garganta no platinado das sombras
uma fogueira que arda o mosto
[descuidado pela cobra subtraída ao lagar]
basta uma garganta que se implante numa tarde visionária
mordida pela embriaguez da saudade
e assim se estanca a solidão na cratera aberta
pela volatilidade das cordas, pelo casamento da voz
com a música
o coração sobrevém embriagado sob o tronco do qual sairá
uma guitarra que arrematando as cordas
o aprisionará
ângulo roxo:
a cobra enrodilhada no lagar
pariu treze filhas
e na expectativa da forquilha próxima
revê a superfície luzidia de todos os bagos de uva
janelas dum ciclo a confessar efemeridade
carisma do vinho a cair no copo, o descerrar
das escamas
os frutos falam de amor, delírios de quem
os come – e o tempo diz do néctar que neles habita
tingidas pela chuva as sedas
desmaiam nas imagens, enfraquecem o vinho
o afago
aos glóbulos vivos em ânsia despropositada
porque há arte em acender polpas
e muito se aprenderia se possível fosse
auscultar os mortos
na loucura de cada gomo – eterna espera
sedutora glicose escondida nas abóbadas do fruto
pulsar dos vértices, arquitectura do palato
atento
morrer e ressuscitar num segundo
brincadeira de língua
e quando a guitarra eleva o etanol
a voz tropeça na alegria aninhada nas veias
nesse encanto
o miocárdio entende porque
cantam as maçãs, as peras, as laranjas
nos pomares
– pulmões inundados pelo sumo
jorro feliz
basta uma garganta no platinado das sombras
uma fogueira que arda o mosto
[descuidado pela cobra subtraída ao lagar]
basta uma garganta que se implante numa tarde visionária
mordida pela embriaguez da saudade
e assim se estanca a solidão na cratera aberta
pela volatilidade das cordas, pelo casamento da voz
com a música
6 comentários:
ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhh....
(subtraio-me)
.
mas ressalvo como sempre o teu verbar
único.
(como julgo que Sabes....meu AL/Príncipe/vestido/de/estrelas.
. abraço-te.
a tela da isabel ficou tão bem assim vista desta tua janela, porfírio. e gostei muito de te redescobrir. é deveras uma "tarde visionária". um beijinho.
num dia muito especial para mim
reservo.te
um uni verso
de poesia
muito especial
porque
único
e
tu
sabe.lo
( felicíssima a escolha da tela da imf )
aos dois
rendo.me
.
um beijo
"porque há arte em acender polpas
e muito se aprenderia se possível fosse
auscultar os mortos
na loucura de cada gomo" - muito bom.
Um abraço,
João Rasteiro
retorno
ao
húmus
por
necessidade
mais
do
que
imperiosa
de
re
l/ver
.
te
.
um beijo
e
dmeumbeijo.blogspot.com
(se te apetecer)
:)
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