segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

SONETO DO OPERÁRIO VINDIMADOR



sombras chinesas ● vou beber

não importuno o cálice
– ele descansa na mesa
de pés moles

num dos muitos combros deixei esquecido
um cacho de uvas gordo

um copo de culpa ● vazio

porque vagueiam perdidas na parede
estas duas
máscaras de outono
livres de maleita no dúbio escuro
perdidas duas vagas sem sono?

à dupla passagem entre as sombras, minha sede
cairá a seringa no súbito despegar dos lábios

sombras chinesas ● vou rever vindimas

2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

e eu vim. vindimar a saudade de ler excelente Poesia.


despego-me do comum sempre que aqui chego.



Al....imenso. Tu.

Gabriela Rocha Martins disse...

vagueio no "desespero" de me encontrar perdida nas palavras do teu soneto

e passeio os olhos
nos teus silêncios

quais sombras chinesas que SE/TE/ME revelam


.
um beijo