terça-feira, 21 de outubro de 2008

O futuro de Xavier descendo «O Anel de Polícrates» de Machado de Assis

[Gustav Klimt]


lá conhece um rico.
bebia papel e mulheres... ideia romana de harém!
Xavier cortava o cristal de repouso
e com capricho esquisito teve fortuna
escreve
porque é só!
fala especulativo – explicação dele
quando há tempo,
um derramado discurso... poema
vertigens, às vezes.
acordou o povo com arte
ouro realmente impagável
benigno
"expôs-me os vasos,
doido",
apenas citando comparava,
redonda mesa
entretanto amava
"é um ser d'água"... esquecera-se
"sangue, miséria..." ele ainda sofria,
varria cousas,
borbotavam páginas admiráveis
vigília-mãos-cheias
[sementes como paixão]
árvore-mãe
fruto-pródigo
a imaginação e sol... moeda gasta.
come chocho, enfim
justamente, pois adeus
negócio a minutos
– dou-lhe passagem Xavier
interessantíssimo, é estéril
jantares de hipocondríaco...
chegado o chão teima,
luta, marcha!
cavaleiro Xavier...
pareceu-lhe ora, depois
sonhou:
montava triste o anel, mas governava.
anel-fortuna-engolido voltou!
quem contou?
carta:
cavalo estrambótico, experimentemos
o bucho que, ora
o caiporismo acabou!
cavaleiro Xavier, o peixe amigo
foi natural... seja!
ele resignou-se.
celebrava o grupo do pasmo cavalo!
"vida excelente" disse Polícrates
"um dia jurou-me a página e o sorriso honorário"
conto três minutos...
Xavier, enfim, leu que não é... exclamou: não!
vestígio sombrio
teatro-coração
comédia de irmão
o cavalo que espiava o anel, o último, cai doente.
infeliz olhar do Xavier cavaleiro...
esvoaçou faiscando,
fugiu ali defunto

2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

Tu pastoreias o discurso poético como ninguém Mais.


.

eu sigo-te.


encantada aprendiza mas tão ao longe de ti.


.

adoro-te.

Gabriela Rocha Martins disse...

fico.me em febril
imaginação
do muito que ainda não TE li
e
espero.te ao virar a esquina

...do poema


.
um absoluto beijo